Karina Ludvichak e sthefany brandalise
Fundado por Altamiro Martins, que trouxe o modelo de ensino de Ponta Grossa, o Colégio Florestal Estadual Presidente Costa e Silva de Irati está completando 50 anos. Como forma de comemorar o cinquentenário de uma das instituições mais tradicionais da região, a gestão, em parceria com toda a equipe de colaboradores e alunos, promoveu nos dias 13 e 14 visitas e uma série de atividades voltadas ao público dentro das dependências da instituição.
Ao longo dos dois dias, os portões da instituição estiveram abertos aos visitantes, que puderam acompanhar um ciclo de palestras com professores de várias regiões e especialistas das diversas áreas em que o colégio atua dentro das qualificações profissionais. Estiveram presentes também representantes de empresas parceiras.
A comemoração dos 50 anos da instituição também foi marcada pelo jantar, promovido em homenagem as cinco décadas da fundação, que reuniu diversas pessoas da comunidade civil, ex-alunos, colaboradores e outras autoridades na noite da quarta-feira (13), no Espaço Santo Fole, em Irati. Pessoas importantes para a história do colégio receberam homenagens durante a noite.
MAIS SOBRE O COLÉGIO FLORESTAL
Para saber um pouco mais sobre o colégio, que já formou inúmeros profissionais, a Folha de Irati foi até o campus para conhecer os espaços que, atualmente, comportam cerca de 500 alunos nos três diferentes cursos ofertados pela instituição.
O colégio está situado em uma área de, aproximadamente, 62 hectares, contanto com diversos laboratórios especializados para a realização de aulas práticas como marcenaria, oficina, horta, serraria, sala de equipamentos de segurança. Além de todas as estruturas pedagógicas, secretaria, salas de aula, refeitórios, áreas de lazer e muito mais.
Mariane Gemin, diretora geral do colégio, fala sobre o sentimento em poder fazer parte desta história: “Para nós é uma satisfação imensa fazer parte desse colégio. Eu estou aqui há mais de uma década e tive o prazer de conviver com muitos ex-diretores, professores, dos quais deixaram muita saudade e formaram muitos técnicos pelo Brasil todo”.
A diretora explica que o colégio oferece o curso Florestas, que acontece em período diurno, Segurança do Trabalho no período noturno e o Agronegócio no período noturno. “São cursos já bem fundamentados, que têm uma boa empregabilidade e junto com o setor florestal, o agronegócio e segurança do trabalho possuem uma grande quantidade de empresas parceiras que contribuem conosco em visitas técnicas, em conteúdos aprimorados, em tecnologias de mercado. Isso faz com que o nosso técnico tenha uma formação de qualidade”, observa Mariane.
Outra referência da instituição é o fato da mesma alcançar alunos além das fronteiras regionais, atendendo todas as regiões do Brasil. Mas Mariane conta que, nos últimos anos, houve um aumento considerável na procura por parte de alunos da região. “A colaboração de muitas Prefeituras da nossa região, da AMCESPAR, colaborando com o transporte escolar, tem feito um aumento de procura regional”, o que segundo a diretora, esses incentivos facilitam o acesso dos alunos que vivem em Irati ou cidades próximas ao campus da instituição e não conseguem uma vaga no alojamento do colégio.
Igor Zampier, diretor da Fazenda, explica que a instituição está inserida na rede agrícola do estado, que são 22 colégios agrícolas e os colégios florestais, por isso, o Colégio Florestal Presidente Costa e Silva integra a parte da cadeia produtiva como um todo da formação técnica florestal. “Nós somos um ponto de referência no estado e no país como um todo, há cinquenta anos formando técnicos com qualidade do mercado de trabalho. É muito gratificante poder acompanhar essa transformação de setores, até um dos temas da nossa palestra magna é essa preparação do mercado ou a readaptação de todos pós-pandemia, principalmente para nós do setor educacional que tivemos uma mudança radical nesse período”, destaca Zampier.
DESAFIOS DA PANDEMIA
Igor faz um breve resgate sobre o período em que a população ficou em isolamento social por causa da pandemia da Covid-19, que trouxe inúmeros desafios aos educadores e transformou por definitivo o modelo educacional no país. Para a equipe do colégio foi ainda mais desafiador as aulas remotas, pois os cursos profissionalizantes demandam de muitas aulas práticas, por isso, foi necessário usar a criatividade para fazer com que os estudantes praticassem o que aprendiam.
“Os nossos professores tiveram que desenvolver as suas altas habilidades de comunicação em mídias sociais, e essas aulas práticas foram gravadas. Têm professor que tem 15, 20, 30 aulas na semana aqui na escola. Então, foi uma demanda muito grande de gravações de aulas. Isso era postado numa plataforma, e aí os alunos acessavam. De uma maneira remota, na casa deles, eles faziam, na medida do possível, uma representação dessas práticas nas casas, e desenvolviam em forma de relatório para os professores. Era uma medida paliativa para que isso mantivesse os 30%, 40%, 50% do conteúdo aplicado em práticas, como acontece hoje na escola”.
REFERÊNCIA
Mariane destaca que a instituição é pública e oferece um ensino gratuito e de qualidade, prova disso é o Índice da Educação Básica (IDEB) do colégio, que tem atingido números acima do que a meta estabelecida pelo governo. “Tanto na medição de 2019 quanto de 2021, nós atingimos o primeiro lugar entre as escolas de ensino médio da cidade de Irati. E isso traz para nós uma importância, não só para o setor florestal, mas para uma educação básica de qualidade, porque o aluno que vem para cá, é um aluno que acabou de se formar no ano e ele tem apenas 14 anos, então, é toda uma formação técnica e social ao mesmo tempo”, finaliza a gestora.