Matéria atualizada em 08/02 às 15h40
Karina Ludvichak
No dia 30 de janeiro deste ano, após o último parecer entregue a Secretaria de Educação, o colégio Municipal do Campo de Barreiro, da comunidade de Barreiro, em Guamiranga, foi interditado. Apesar do colégio ter sido interditado definitivamente este ano, desde 2022 já apresentava rachaduras nas vigas e comprometia a estrutura e segurança dos estudantes, professores e demais funcionários, e na última sexta-feira (03) de fevereiro, foi realizada uma reunião junto aos pais dos estudantes, na sede da Secretaria de Educação de município, onde foram apresentadas duas soluções para realocar os 25 alunos da instituição.
A primeira opção era a de matricular os alunos em um colégio de Guamiranga, que fica a 12 quilômetros da comunidade, e a segunda, transferir os estudantes para a instituição mais próxima, há três quilômetros. Os pais optaram pela segunda opção, e durante o ano letivo de 2023, os alunos irão estudar na instituição da comunidade de Queimadas, na Escola Municipal do Campo Ângela Alessi Dal Santos, em Prudentópolis.
Mas os pais exigem que a solução seja apenas temporária e que a Prefeitura garanta a reforma ou construção de um novo colégio na localidade de Barreiro. “Fomos pegos de surpresa com a interdição da nossa escola”, comenta Simone Mariane, mãe de um dos alunos e que também estava representando os pais que não puderam estar presentes na reunião.
No ano de 2016, o local passou por uma ampliação e recebeu mais uma sala, cozinha e refeitório e, no ano de 2022 começou a apresentar problemas na sua estrutura, como as rachaduras nas vigas, além do piso de uma das salas que acabou afundando. Marcelo Fabrício Komar, chefe do Núcleo Regional de Educação de Irati, comenta que a interdição foi feita para garantir a segurança dos estudantes, professores e demais funcionários.
“É uma medida que nós tomamos de forma educada com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil junto ao município, e é justamente para garantir essa questão da segurança, a integridade dos estudantes e professores e o momento e a situação paliativa”, esclarece Marcelo.
Os pais optaram pela transferência dos alunos para a instituição de Prudentópolis por conta da distância e também dos perigos em relação ao transporte pelas estradas da comunidade até o município de Guamiranga, pois é uma região montanhosa e de difícil acesso nos períodos de chuva. “Com a questão da distância e a questão das chuvas, o perigo, os pais opinaram para que pudessem ir para Queimados até que a gente possa resolver dar condições de acesso e segurança aos nossos estudantes. Esse é o nosso objetivo principal nesse momento”, explica o chefe do Núcleo Regional.
Simone afirma que quer que o assunto seja resolvido da melhor maneira possível. Ela ressalta que a condição das estradas é precária e os ônibus também não oferecem segurança aos alunos. “A condição dos ônibus escolares não é muito viável, principalmente para carregar crianças de quatro anos de idade. Porque os ônibus nem cinto de segurança têm, quem dirá uma cadeirinha para transportar as crianças”, finaliza.
“Pedimos ajuda ao Núcleo uma avaliação do estado estrutural da escola. E a gente viu que não há condições de os alunos estudarem lá. Então a gente tentou mais uma vez no museu, conseguimos realocar nossos alunos na escola, até que se solucione o problema. E enquanto isso, a gente vai buscar recursos para, talvez uma reforma, uma construção após uma avaliação, para podermos devolver os alunos da nossa comunidade de novo”, ressaltou a secretária de Educação de Guamiranga, Elisabete Sirlei Ruaro Rech.
Segundo Marcelo, serão realizados todos os encaminhamentos políticos para o prefeito Marcelo Leite, sobre as emendas parlamentares e dos deputados locais responsáveis. Após a verificação documental, processo, educação e outros trâmites necessários, serão tomadas as providências para a construção ou reforma do local. Algo que pode demorar de um ano a um ano e meio, como explica o chefe do núcleo regional de educação.
O colégio ainda vai passar por avaliações que irão determinar se o local vai ser demolido e reconstruído, ou passará apenas por uma reforma que reforce a segurança dos alunos, professores e demais funcionários.
“Todas as decisões tomadas foram de acordo entre município, estado e moradores. Os nossos munícipes são a razão de existirmos enquanto servidores públicos e acordados com o executivo municipal, que vai tomar todas as providências necessárias, segundo nosso prefeito, para que ele legitima essa ação e eles possam ter novamente sua escola no local apropriado: As crianças”, finaliza Marcelo.
A Folha de Irati solicitou a Secretaria de Educação de Guamiranga as imagens do local com os problemas na estrutura, mas o laudo do Corpo de Bombeiros ainda não foi concluído.