Conheça seu Maneco, um homem que teve sua vida dedicada a Teixeira Soares

Em comemoração aos 107 anos do município, vamos contar a história de Manoel Corrêa Machado, um ferroviário que contribuiu para o desenvolvimento da comunidade

Sthefany Brandalise


Manoel Corrêa Machado, mais conhecido como seu Maneco, nasceu em Teixeira Soares no dia 25 de dezembro de 1923. Filho de Augusto Corrêa Machado e Maria Cândida Sevaibriq, seu Maneco se destacou na comunidade por sua alegria de viver e dedicação ao trabalho e a família. Em comemoração aos 107 anos de Teixeira Soares, revisitamos a vida deste homem que, além de ser um funcionário exemplar, foi um pai amoroso, um membro ativo da comunidade e uma fonte constante de inspiração para todos que o conheceram.


Casou-se com Maria Olga Machado no dia 27 de outubro de 1956 e tiveram 11 filhos: João Cândido Machado; Maria Natália Machado; Ana Rita Machado F. Souza; Lurdes Aparecida Machado (in memoriam); José Carlos Machado; Pedro Paulo Machado (in memoriam); Jorge Luis Machado; Maria do Carmo Machado Gerva; Miriam Aparecida Machado; Vera Lúcia Machado Scheffel; e Manoela Regina Machado Gorte.


Seu Maneco iniciou suas atividades na Rede Ferroviária Federal S/A em 09 de abril de 1951 e em 01 de março de 1952 foi nomeado Guarda Chaves classe A. Permaneceu trabalhando nessa empresa por 31 anos. Aposentou-se no dia 31 de agosto de 1982.


Quando jovem teve várias ocupações. Além de ser sempre muito prestativo com todos, tinha o dom de aplicar injeção e cortar cabelo, mesmo nunca tendo feito curso para tal. Seu primeiro filho, João Cândido Machado, conta mais sobre isso. “As pessoas não tinham condições de ir para outras cidades tomar vacina, então ele comprava as injeções e aplicava em quem precisava, pois sempre tinha alguém para tomar injeção à tarde. Ele também cortava cabelo, como uma forma ajuda mesmo para os vizinhos”, disse.

Seu Maneco foi um funcionário dedicado e sempre fazia mais do que lhe era esperado. Tinha pelo local de trabalho muito zelo, e isso ensinava a seus filhos, os quais levava na estação para ajudarem com a limpeza.


Manoel foi um pai zeloso e deu a seus filhos um belo testemunho de fé e amor. Ana Rita Machado, a terceira filha, diz que Seu Maneco “foi um pai maravilhoso, amoroso e carinhoso com toda a família. Era muito conversador e muito contador de casos, mas sempre nos deu muito respeito e educação”.
José Carlos Machado, quarto filho, seguiu os passos do pai e também trabalhou na estação ferroviária. José recorda-se das histórias que Seu Maneco contava sobre a profissão. “Meu pai era muito companheiro, sempre que ele ia para Diamantina eu ia junto, fazendo companhia para ele, e foi com ele me contando suas histórias, explicando sobre a ferrovia que eu peguei essa paixão pela profissão”, afirma.
Vera Lúcia Machado, décima filha, destaca a importância do trabalho na estação para seu pai. “O trabalho na estação era uma coisa muito importante na vida dele. Na carteira dele só tem um registro, que foram os 30 anos de trabalho na estação. Ele também me contava que só iria casar e constituir família quando estivesse com emprego registrado, para não ter perigo de ficar sem o sustento”.


Seu Maneco foi uma pessoa muito presente e ativa na comunidade, e sempre ajudava no que fosse necessário, pois, apesar de ser analfabeto lidava muito bem com os números, como conta Manoela Regina Machado, a caçula da família. “Ele sempre foi muito amigável, sempre esteve disposto para ajudar. Ele não sabia escrever nem ler, mas tinha uma familiaridade muito grande com os números, e ajudava muito os padres nas festas e nos leilões. A gente lembra dele vestido com paletó, gravata, colete, as vezes até com porco nas costas fazendo leilão. Ele também fazia com muito carinho as procissões, era ele que carregava a Cruz. Era uma pessoa de uma fé muito forte”, diz.


Os netos Matheus Augusto Machado e Kelly Cristina Francisco de Souza também guardam memórias especiais do avô. Kelly, que se inspirou nas histórias contadas por seu Maneco e se formou em jornalismo, diz: “como avô ele era perfeito, quando eu vinha para cá passar as férias era o meu pedacinho de céu, a gente amava estar em Teixeira Soares. O vô sempre brincou muito com a gente e as histórias que ele contava me cativaram muito. Foi vendo-o contar histórias que eu peguei esse gosto também e me formei em jornalismo, por conta dele. Ele tinha uma facilidade muito grande para entreter e encantar as pessoas através das suas histórias”.


Seu Maneco faleceu no dia 28 de junho de 2018.


RÉPLICA DA ESTAÇÃO
Teixeira Soares, um município marcado pela história ferroviária, celebrou, em dezembro de 2023, a inauguração de uma réplica da Estação de Trem, em homenagem aos ferroviários que contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Entre eles, Manoel Corrêa Machado, um nome que se destaca por sua dedicação e legado.


“Teixeira Soares nasceu através do trem, e muitas pessoas fizeram parte desta história, pessoas que deram a vida nesse projeto importante que trouxe o progresso para o município”, pontua o prefeito Lula Thomaz.


Manoela agradece a gestão municipal pela homenagem feita a seu pai. “Em nome da família quero agradecer ao prefeito pela homenagem, cada vez que a gente passa por aqui é um momento muito feliz. É muito significativo saber que o trabalho dele foi reconhecido. A gente sabe da importância dessa ferrovia, tanto para o município como para a região, e a gente fica então muito feliz com essa homenagem”, finaliza.

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