Daniela Valenga com reportagem de Nilton Pabis
Ao celebrar os 19 anos da Cavassin Madeiras e Grupo Lombao, e como forma de reconhecimento pelo trabalho prestado, o empresário Maurício Cavassin presenteou o gerente de operação florestal da empresa com uma caminhonete Ranger 0Km. A empresa do ramo madeireiro é a que mais gera empregos em Inácio Martins e tem planos de expansão nos próximos meses. Mensalmente, a empresa tem uma média de produção de 30 mil toneladas de madeira que têm como destino o mercado internacional. A projeção é chegar em 50 mil toneladas de produção mensal até maio de 2022.
A Cavassin Madeiras foi fundada em 15 de novembro de 2002, com cerca de quatro funcionários na cidade de Inácio Martins. Hoje, a empresa tem cerca de 300 colaboradores, com a estimativa que a curto prazo o número chegará a 450. “Todo mês batemos recorde e melhoramos nossa linha”, conta Cavassin. Alguns meses atrás, a capacidade de produção da empresa era de 4 mil m³. Com algumas melhorias e cursos, em outubro, houve a extração de 5,5 mil m³. Em novembro, os números apontam que chegará em 6 mil m³.
A empresa já tem garantia de matéria prima até 2025. Por meio de parcerias com empresas nacionais e internacionais, como a BrasPinus & Braslumber, a ideia é aumentar essa garantia até 2035. “Isso dará uma segurança tanto para os nossos colaboradores, como para a cidade de Inácio Martins”, explica Cavassin.
O Paraná é um dos principais produtores de madeireira do Brasil. Em 2020, o setor movimentou quase R$ 1 bilhão, segundo a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE). Ainda, o estado é o maior exportador de molduras de madeira do país. A cada 100 empregos do setor florestal gerados no país, 17 estão no Paraná.
História
Antes de fundar a Cavassin Madeiras, Maurício, que estudou até o 4º ano do primário, começou a trabalhar aos 14 anos como agricultor. Aos 18, começou a atuar como caminhoneiro. Até os 25, foram sete anos de estrada. Durante as viagens, na cidade de Vinhedo, São Paulo, conheceu empresários e os incentivou a investir na cidade de Imbituva. “Por felicidade fui convidado a ser gerente da empresa que eles fundaram”, conta.
Cavassin ficou nessa empresa entre 1996 e 2002, quando saiu para fundar a própria companhia. Ele descreve como a decisão mais difícil da vida deixar de ser empregado para virar empresário. “Pedi a opinião para 10 amigos diferentes sobre o que queria fazer, só um apoiou e os outros nove me chamaram de louco”, recorda.
Para começar a Cavassin Madeiras, o empresário vendeu a casa e o carro, comprou a primeira máquina e confiou no potencial que enxergava em Inácio Martins. “Montamos uma pequena empresa na cidade, tirávamos a serragem com um carrinho de mão e fazíamos tudo com a força de vontade” lembra. Ao longo dos anos, a empresa investiu em tecnologia, aumentou o número de colaboradores e expandiu o tamanho de produção.
No início da pandemia, a empresa chegou a correr risco de fechar. Quase 70 colaboradores foram demitidos. Porém, pouco depois, o mercado da madeira voltou a crescer, com o valor da venda passando de 130 para 280 dólares, e a moeda em alta. “Nós começamos a acreditar naquilo que tínhamos capacidade, recontratamos quem tinha sido demitido, contratamos mais colaboradores e voltamos a crescer”, descreve.
Colaboradores
Cavassin aponta que a principal característica da empresa é acreditar e investir na mão de obra local da cidade e região. “As pessoas batem na minha porta e dizem que precisam de uma chance, eu falo que vamos tentar, e por incrível que pareça nunca deu errado. A força de vontade das pessoas que vivem ao nosso redor é uma coisa impressionante”, destaca.
Um desses colaboradores é Maximino Cesar Perretto, conhecido como Mino e descrito por Maurício como “um gigante”. Mino começou a trabalhar na empresa em 2002 e é o funcionário mais antigo da Cavassin Madeiras. “Eu sempre acreditei no Maurício e ele acreditou em mim”, descreve Mino sobre a parceira que já dura há 19 anos.
Maurício relembra que no início, Mino tirava a serragem da madeira com carrinho de mão, e sempre se destacou dentro da empresa pelo serviço prestado. Desde 2008, Mino, cuja escolaridade é o 3º ano do primário, atua como gerente de operação florestal da empresa. Ele coordena a área de extração e transporte da Lombao Florestal, setor formado por cerca de 60 colaboradores e 35 caminhões.
Neste ano, Maurício presenteou Mino com uma caminhonete Ranger 0Km. “Chegou um momento que eu percebi que precisava dar um presente para esse cara que tem tanto respeito e fez tanto por nós”, explica Cavassin. O colaborador reside na cidade de Irati e, junto com a esposa e dois filhos, foi levado até a concessionária sem saber o que lhe esperava. “Não imaginava um reconhecimento nesse valor monetário, mas eu sempre tive o reconhecimento dele no trabalho. Ele não é um patrão para mim, é um irmão”, relata Mino.
Mino conta que quando começou tirava a serragem com carrinho de mão. “Virei motorista de caminhão. Depois de um tempo, o Mauricio me convidou a chefiar a extração e o transporte. Atualmente, cuido de toda a parte da logística, de fazer chegar a madeira para as empesas parceiras e abastecer a Cavassin Madeiras. Com chuva ou não a madeira tem de chegar”, conta Mino.“Atualmente, estamos com equipamentos modernos para o corte e extração da madeira. Forwarder e Harvester dão mais resolutividade ao processo, atendendo a necessidade da empresa”, explica. “Mas temos o cuidado de valorizar sempre o profissional que está dentro da empresa. Os operadores das máquinas são “prata da casa”, formados dentro da Cavassin e da Lombão”, completa. “Eu sempre acreditei no Mauricio. Nos tempos bons, mas também nos tempos ruins. E aprendi com ele a valorizar os colaboradores. Sem a colaboração da equipe, nós não chegaríamos onde estamos”, finaliza
O colaborador atribui o sucesso que teve na vida ao encontro com Maurício, 19 anos atrás. Da mesma forma, Cavassin atribui e agradece pelo crescimento da empresa aos colaboradores que atuam nos diferentes setores.