Sthefany Brandalise
A Cidade da Criança promoveu, no sábado (20), uma apresentação especial em comemoração ao Dia do Gaúcho, no centro de Irati. O evento aconteceu em frente ao estacionamento do GCenter, na esquina da Rua Doutor Munhoz da Rocha, e reuniu famílias e comunidade para prestigiar as crianças do projeto “Transformando Vidas Através da Cultura Gaúcha”. O espetáculo foi marcado pela emoção e pelo resultado de três anos de atividades conduzidas em parceria com o CTG Terra dos Pinheirais, envolvendo quase 70 crianças e adolescentes, de 5 a 14 anos, que demonstraram evolução, dedicação e respeito à tradição gaúcha.
A coordenadora da Cidade da Criança, Tatiane Maria Ortis Cardoso, destacou a evolução percebida ao longo do tempo. “É um projeto muito positivo, uma parceria muito bacana. A gente pode perceber a evolução das crianças nesses três anos de projeto em vários quesitos, desde a questão do respeito, da postura, a expressão corporal. A gente fica muito feliz por ter eles lá conosco, agregando”, disse.
A iniciativa começou há três anos com apenas 18 crianças. No segundo ano já eram 56 participantes, e em 2025 o projeto alcança quase 70 crianças, com idades entre 5 e 14 anos. As atividades acontecem todas as quartas-feiras, durante o dia inteiro, sob a orientação do instrutor de danças Julio César do Vale.
Fotos: Sthefany Brandalise



A coordenadora voluntária e diretora artística do projeto, Rita Zanoni, lembrou como tudo começou e reforçou o valor cultural da iniciativa. “A gente começou faz uns três anos. Tivemos uma pequena conversa com a Tati, coordenadora da Cidade da Criança, e depois de reunião juntamente com a diretoria começou todo o processo. Eu acho muito importante esse projeto, devido ao civismo que a gente consegue passar pra eles, o respeito, que no começo foi um pouco difícil a aceitação, e propriamente a cultura gaúcha, pra que ela não se perca”, afirma.
O instrutor de danças Julio César do Vale explicou como o grupo cresceu e a variedade de coreografias trabalhadas. “Eu tenho orgulho de falar que o nosso projeto é o mais frequentado da cidade da criança. Tanto é que nós estamos com quatro turmas em torno de 70 crianças que fazem parte do projeto. Duas turmas de manhã e duas turmas de tarde”.
Ele detalhou também o repertório que é trabalhado com as crianças. “As danças do Folclore Gaúcho são em torno de 30, 40 ou até mais. Por enquanto, a gente está com nove danças do Folclore Gaúcho e mais três danças com coreografia montada que são os temas de entrada e saída, em cima de uma música fazendo homenagem à cidade. É trabalhado em cima de músicas que existem dentro da tradição gaúcha que a gente monta uma coreografia especial para a invernada”, explica Julio.
Fotos: Sthefany Brandalise



Na sequência, Julio comentou que o projeto foi além da proposta inicial. “Quando nós começamos esse projeto, a gente tinha a intenção de montar uma invernada de dança para competir em rodeios. Mas a partir do momento que a gente começou a trabalhar, nós entendemos e descobrimos que era eles que precisavam de nós, pela dificuldade que tem naquela região, pela dificuldade que eles têm em casa, carências e outras coisas. Então nós acabamos usando a tradição gaúcha como uma desculpa para ensinar outras coisas como cidadania, honestidade, respeito, cultura, musicalização, coordenação motora, timidez”, disse.
As alunas e irmãs Isadora e Isabela também participaram da apresentação com declamações e contaram sobre o esforço nos ensaios. Isadora disse que gosta “bastante do projeto e de fazer declamação. Até acordei de madrugada para ensaiar porque tinha esquecido”. Já Isabela comentou que sua declamação era bem longa. “A minha era bem longa, era difícil. Mas se a gente ensaiar bastante a gente pega”.
A estudante Ketelin destacou sua dança favorita dentro do projeto. “Eu gosto de tudo dentro do projeto, mas a minha dança favorita é a do caranguejo”, disse.
Fotos: Sthefany Brandalise



Os alunos Samuel e André reforçaram a importância do aprendizado. Samuel afirmou que gosta de todas as danças. “Eu gosto de todas as danças e também das histórias que elas passam para a gente”. André completou dizendo que gosta muito de fazer parte do projeto. “Eu gosto muito de estar fazendo parte da história. Eu quero agradecer a Jucélia, o professor. Todo mundo que está nos apoiando e nos ajudando nessa trilha da nossa vida. E eu acho bem importante. É bem legal esse desenvolvimento da dança”, finaliza.
O projeto é conduzido de forma voluntária e conta com o envolvimento de diversos colaboradores; Rita Zanoni na coordenação, Marília como vice, Jucélia na tesouraria, além de Arnaldo, Ake, Valdeci e outros que auxiliam nas atividades práticas, como organização de camping e refeições. Também recebe apoio constante da Tati e da própria equipe da Cidade da Criança, que, segundo os organizadores, sempre acolheu o grupo de braços abertos.
Fotos: Sthefany Brandalise

