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A Praia da Vitória, nos Açores, arquipélago pertencente a Portugal, será palco do mais novo desafio da equipe de salvamento veicular do 4º Grupamento (4º GB) do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR). O grupo de Cascavel vai participar do World Rescue Challenge 2024, o mundial da modalidade, que consiste no salvamento de vítimas em simulações de acidentes automobilísticos. Vão disputar profissionais de 20 países. A competição começa nesta terça-feira (05) e segue até segunda-feira (09).
Além dos seis bombeiros da equipe, que em outubro se tornou bicampeã estadual de salvamento veicular, o Paraná também será representado na outra ponta do Oceano Atlântico pelo major Ícaro Gabriel Greinert, primeiro brasileiro a participar da disputa como avaliador.
O major Gabriel é um dos pioneiros na presença do Paraná e do Brasil entre os principais protagonistas do salvamento veicular mundial. Em 2014, ele integrou a primeira equipe do País a disputar a competição, promovida pela World Rescue Organization – entidade que hoje agrega 40 nações. Cinco anos depois, recebeu sua certificação como avaliador internacional, tendo sido escolhido agora para atuar na avaliação de comando.
As equipes de salvamento veicular são compostas por três funções, todas analisadas independentemente pelos observadores: comando, que é quem lidera a ação de resgate; técnicos, responsáveis pela execução das técnicas de resgate; e médicos, que realizam o primeiro atendimento às vítimas retiradas dos veículos.
“A importância desse evento é trazermos conhecimento para o Brasil. Isso tem acontecido de maneira bastante acelerada com os desafios internacionais, inclusive com a participação da equipe paranaense”, comenta o major Gabriel, que também é o comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do CBMPR.
“Para mim, que estou desde 2014 nesse processo, é uma satisfação pessoal ter sido escolhido entre profissionais do mundo inteiro. O Mundial vai colocar à prova todo conhecimento que adquiri ao longo dos anos para fazer uma avaliação bastante consistente e justa”, disse ele.“É uma honra enorme, mas eu vejo mais como uma grande responsabilidade”, concluiu.
PÓDIO – Quem também vem acumulando experiência é a equipe do 4º GB. Seus integrantes subiram ao topo do pódio estadual nos últimos dois anos e seguem dando muito trabalho aos adversários no Desafio Nacional de Resgate Veicular, com um 2º lugar, em 2022, e um 3º lugar, em 2023.
Esse bom desempenho nacional garantiu a vaga para o Mundial de 2023, na Espanha, e de 2024, em Portugal. O time, que treina de duas a três vezes por semana, estava ainda classificado para o Nacional deste ano, em Belo Horizonte, mas o evento acabou cancelado, devendo ficar para o início de 2025.
“Para realizar um atendimento de alta qualidade, seja na competição ou nos acidentes de trânsitos nas ruas, é necessário que a equipe esteja plenamente treinada e capacitada. As competições são importantes porque estimulam a treinar ainda mais, levando a uma evolução constante”, explica o 1º tenente William Steffen Risardi, comandante da equipe de Cascavel. Ele lembrou, ainda, que esse mesmo grupo que disputa a competição vai às ruas no dia a dia para atender esse tipo de ocorrência.
Além disso, a equipe repassa o conhecimento técnico por meio de instruções a outros profissionais. A estimativa é de que até 600 profissionais, entre bombeiros militares do Paraná e de outros estados, atendentes do SAMU e da Polícia Rodoviária Federal, entre outros, já tenham sido orientados por eles desde 2021.
EQUIPE DE CASCAVEL – No evento nos Açores, a equipe do CBMPR será representada pelo 1º tenente William Steffen Risardi; pelos técnicos 1º tenente Cícero Navega Vianna, 1º sargento Gléber Antônio Baranowski e 3º sargento Franciney Rodrigues, além do 3º sargento Edson Ribeiro dos Santos e do cabo Fernando Ita Ferres Gonçalves, como médicos.
A competição no arquipélago português terá 36 concorrentes na modalidade desencarceramento, na qual está incluído o grupo do 4º GB. Nessa disputa, cada equipe tem que superar três cenários com diferentes graus de complexidade e desafios, tanto em relação à posição e riscos oferecidos pelos carros acidentados quanto em relação à situação das vítimas.
Avaliar o grau de urgência de atendimento de cada vítima, devido à gravidade dos ferimentos, e a dificuldade física para a remoção delas estão entre os fatores decisivos no resultado final. Os componentes têm 25 minutos para completar cada missão.
Outra modalidade em disputa no evento, sem presença paranaense, é a de trauma, na qual dois socorristas realizam atendimentos emergenciais em dois cenários distintos. Eles têm 14 minutos para avaliação e tratamento, além de um minuto para a “entrega” dos pacientes.
Além do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais são os outros estados brasileiros que também enviaram representantes para a competição, sendo um time de bombeiros militares de Chapecó e um de Belo Horizonte, ambos para a disputa de desencarceramento, e outro de bombeiros voluntários de Caçador, na modalidade trauma.