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O município se destacou recentemente ao sediar um dia de campo da cultura e o primeiro curso de derivados da batata-doce do Paraná
Foto: Leandro Bianco

Leandro Bianco

Em Guamiranga, a batata-doce vem ganhando espaço como uma alternativa promissora para a agricultura familiar. A cultura tem favorecido o acesso ao conhecimento técnico e ampliado as oportunidades para os produtores. O município se destacou recentemente ao sediar um dia de campo da raiz e o primeiro curso de derivados de batata-doce do Paraná.

Um dos exemplos mais evidentes desse processo está na propriedade da produtora Maria de Lurdes Rodrigues Machado, no Assentamento Rola Pedra, que há cerca de 20 anos cultiva batata-doce e, mais recentemente, passou a receber visitas, eventos técnicos e se tornar referência na região. “Eu me sinto muito orgulhosa, porque eu sempre trabalhei na lavoura, mas esse ano nos destacamos com o plantio da batata-doce. Já recebemos várias visitas das escolas, o dia de campo com o pessoal da UEPG, e nosso trabalho foi bastante valorizado”, destaca Maria, que trabalha com o marido e a filha na propriedade.

O local conta com um campo experimental de batata-doce, onde atualmente são cultivadas 13 variedades, cada uma com características específicas, como sabor, cor e produtividade. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura, o Laboratório de Mecanização Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (LAMA/UEPG) e a Associação da Agricultura Familiar de Guamiranga (AAFAG).

A propriedade foi escolhida pela abertura da família a novas práticas e por já cultivar a cultura. “A Maria sempre foi produtora de batata-doce, mandioca, olerícolas, e ela e o seu Dorival sempre foram muito abertos a novas tecnologias, novas variedades. Essa abertura dela que fez com que a gente escolhesse a propriedade dela”, explica a agrônoma Josiane Cavassim Haacke, da Secretaria de Agricultura do município.

Foto: LAMA/UEPG

Josiane também destaca a importância da implantação de um campo experimental no município, onde foram analisadas diferentes variedades de batata-doce durante o primeiro dia de campo da cultura realizado em Guamiranga. “Eu acho que é de extrema importância, um campo demonstrativo, porque você põe várias variedades, uma lado a lado da outra, para o produtor ver com qual ele vai se adaptar mais ao cultivo, qual que o solo dele se adapta mais, e também para difundir a tecnologia”.

A produtora Maria de Lurdes reforça esse propósito ao afirmar: “Justamente, esse foi um dos destaques do dia de campo, que é levar essa iniciativa para outras pessoas, para outros produtores da cidade.” Segundo ela, o bom desempenho das variedades na propriedade e o interesse demonstrado pelos visitantes indicam que a experiência pode ser replicada em outras áreas da região, incentivando mais agricultores a adotarem a cultura.

A maior parte da batata-doce produzida na propriedade é destinada a projetos institucionais, como a merenda escolar e programas de fornecimento para quartéis do Exército. Segundo Maria, o cultivo exige poucos cuidados ao longo do ciclo até a colheita. Após o plantio, as principais atividades são as limpezas da área, geralmente realizadas em duas etapas. Essa simplicidade no manejo e o pouco tempo de trabalho são, para ela, grandes diferenciais da cultura. “Justamente, porque ela reduz o serviço. Porque depois que limpa, ela vai fechando, já não tem necessidade mais de você estar ali trabalhando”, afirmou, destacando as vantagens e a praticidade no cultivo da batata-doce.

CURSO DE DERIVADOS

A batata-doce em Guamiranga também ganhou destaque com a realização do primeiro curso de derivados da raiz do Paraná, promovido pelo SENAR-PR em parceria com o Sindicato Rural do município. A capacitação foi pensada para valorizar a cultura e diversificar seu aproveitamento na alimentação.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Dalnei Menon, a iniciativa surgiu a partir de uma demanda local por alternativas de renda e formas de aproveitamento da batata-doce. “A gente tem essa iniciativa de valorizar o produtor e, principalmente, ampliar a diversificação nas propriedades, para manter a família rural no campo”, afirmou.

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