Irati PR, 19:41, 20°C

Zagueiro esteve próximo de deixar o clube por falta de oportunidades momentos antes das conquistas da Libertadores e do Brasileirão
Barboza comemora vitória do Botafogo sobre o PSG — Foto: Vitor Silva/BFR

ge

Da Villa Celina à Glória Eterna, Barboza se consolidou como um dos maiores zagueiros da história recente do Botafogo. Peça chave nas grandes conquistas do clube na temporada passada, o camisa 20, em entrevista à BotafogoTV, deu detalhes sobre a saída “quase certa” do clube, propostas do exterior e os bastidores da campanha do título da Libertadores.

Contratado em janeiro de 2024 após boa passagem pelo Libertad, Barboza chegou sem custos ao Botafogo para repor a saída de Adryelson, negociado com o Lyon. Em alta, o zagueiro recusou propostas do Fenerbahçe, Real Betis, Sevilla e Fortaleza antes de desembarcar no Rio. A proximidade da família foi fundamental para que o camisa 20 escolhesse o Glorioso.

Nascido no pequeno bairro de Buenos Aires, Barboza tem uma relação especial com a sua família. Formado nas categorias de base do River Plate, o zagueiro passou por Atlético de Rafaela, Defensa y Justicia e Independiente antes de chegar no Libertad. Em 2019, o zagueiro esteve na mira do Athletico Paranaense.

A distância entre os países, que permitia que Barboza ficasse perto dos pais e de suas origens, também foi o principal motivo para que o jogador de 29 anos recusasse propostas da Europa e escolhesse o Botafogo posteriormente.

Barboza em Botafogo x Atlético-MG pelo Brasileirão 2025 — Foto: André Durão

A liderança e o estilo de jogo temperamental de Barboza, que o fizeram cair nas graças da torcida alvinegra, começaram na infância. Nas ruas de Villa Celina, no entanto, o hoje zagueiro tinha uma missão diferente: marcar gols.

“Como zagueiro, é um jogador muito completo, sem dúvidas. E aqui (Argentina), quando ele era muito jovem, ele começou jogando como atacante. Ele era o nosso número 10, capitão, como sempre foi. Ele era um grande líder, com muito temperamento” conta Dário Kazca, amigo de infância de Barboza, à Botafogo TV.

Hoje titular e referência no elenco alvinegro, Barboza esteve perto de deixar o clube ainda no ano passado. Insatisfeito com a reserva logo após a chegada de Artur Jorge, o zagueiro conversou sobre uma possível transferência menos de seis meses após sua chegada. Apesar do pedido, a diretoria alvinegra prontamente recusou e manteve o atleta.

“O começo não foi dos melhores. No Carioca não conseguimos fazer as coisas como queríamos, não conseguimos ganhar. Então eu acho que o começo não foi o melhor. Depois o técnico (Tiago Nunes) foi demitido também. O Artur Jorge chega, eu não começo jogando, ficava sempre de fora. Acho que um mês, dois meses, mais ou menos” relembra o zagueiro.

“Vou dizer algo aqui que poucas pessoas sabem: eu estive muito perto de deixar o Botafogo. Eu sou um cara que não gosta de não jogar, eu gosto de me sentir protagonista. Eu sentia que não tinha oportunidade, então falei com meu empresário e ele falou com o pessoal daqui do Botafogo. Não me deixaram sair, graças a Deus…eu fiquei, e depois as coisas aconteceram como a gente queria” completa.

Posteriormente, Barboza recuperou a vaga de titular ao lado de Bastos e a confiança, formando a dupla de zaga campeã da Libertadores e do Brasileirão. De lá para cá foram quase 100 jogos e um gol marcado.

De aposta a ídolo, o carinho da torcida foi fundamental para que Barboza permanecesse no clube após os títulos na Libertadores e do Brasileirão na temporada passada. No meio do ano, o zagueiro recebeu sondagens do Catar. No entanto, a “invasão” dos torcedores nas redes sociais do camisa 20 fizeram a diferença e influenciaram na escolha do atleta, que se diz feliz no Botafogo.

“O carinho que eles demonstram por mim, pela minha família, não só quando tenho a oportunidade de vê-los no shopping ou na rua, mas também através das redes sociais. Há pouco tempo eu recebi propostas para ir embora do Botafogo. E quando essa notícia saiu nas redes, meu Instagram e o da minha esposa ficaram uma loucura. Todo mundo mandando mensagem falando que eu não poderia sair. Estou aqui muito feliz, eu e minha família. Para mim é muito bonito sentir esse carinho” disse o zagueiro.

Familiares e amigos de Barboza na final da Libertadores — Foto: Reprodução

Dos funks nas publicações pós jogo às polêmicas, incluindo uma briga durante o clássico contra o Flamengo – , Barboza esteve presente nos momentos mais marcantes da história recente do clube. À Botafogo TV, o zagueiro elencou ainda seus três jogos favoritos com a camisa do Glorioso.

Em primeiro lugar a final da Libertadores. Foi o jogo da minha vida, sem dúvidas. O segundo foi meu primeiro gol, contra o Peñarol, no 5 a 0 no Nilton Santos. Um jogo muito difícil. Meu pai é torcedor do Peñarol, eu tinha as camisas quando era pequeno. E em terceiro o jogo com o Palmeiras, no Allianz, nas oitavas da Libertadores. Eu quase morri no final” conta.

Leia outras notícias