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Montagem é interpretada por Raíssa Negroni, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e conta com apresentações também em União da Vitória
Espetáculo estreia no dia 3 de julho, às 19h30, no Auditório Denise Stoklos Foto: Reprodução.

Leticia H. Pabis

Um corpo em cena conta um relato sobre política e sobrevivência, e assim se constrói “Aranha”, um solo performático da artista travesti iratiense Raíssa Negroni, que circula gratuitamente por Irati e União da Vitória nas próximas semanas. O projeto foi selecionado no Chamamento Público 009/2023 da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná, e conta com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura do Governo Federal.

“É um trabalho que também me emociona muito, porque ele tem um viés muito pessoal, ele tem uma pegada autobiográfica, com certeza. Eu estou falando sobre a minha identidade, sobre a minha maneira de me relacionar, sobre a minha maneira de viver, a maneira de eu me vestir, de me expressar com o mundo. Então, é algo muito delicado e que me deixa com muita vontade de me mostrar e me expressar”, contou Raíssa.

A montagem parte de uma imagem central: a aranha. Esse arquétipo atravessa todo o trabalho e serve como ponto de partida para que a performer possa abordar, em cena, a condição das mulheres trans e travestis no Brasil, país onde a expectativa de vida para essa população ainda gira em torno dos 35 anos. “A aranha é um animal que, para sobreviver, precisa tirar de dentro de si o material que garante sua própria existência. Eu usei essa analogia para falar sobre a forma como precisei me reinventar e reconstruir meu corpo e minha identidade após a transição. Para me inventar como pessoa, tive que trazer à tona coisas que diziam não existir em mim. Por isso, essa metáfora da aranha surge a partir dessa relação com o meu processo de autoidentificação como mulher”, disse a artista.

Foto: Reprodução

A direção e preparação corporal são assinadas por Leonardo Camargo (conhecido por Kunta Leonardo da Cruz), artista quilombola com trajetória consolidada no teatro político e contemporâneo no Paraná. “Ela (a performance) teve uma equipe praticamente toda com pessoas trans e pessoas LGBTs. Então, eu estou muito animada por revisitar, olhar para o meu trabalho sendo potencializado pelo trabalho de outros artistas”.

Com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Irati, da Unicentro, do CEU das Artes, do Centro da Juventude, do Grupo São Vicente e do Centro Cultural Clube do Comércio, o espetáculo chega a diferentes bairros e espaços culturais da cidade. As apresentações acontecem em diferentes espaços culturais de Irati ao longo do mês de julho, estreando no Auditório Denise Stoklos, na Unicentro, no dia 3, com sessões às 19h30 e, na também no dia 4, às 10h e às 19h30.

Então, seguem para o Centro Cultural Clube do Comércio, nos dias 11 e 12, sempre às 19h30, e finaliza com duas sessões na Praça CEU das Artes (no Conjunto Joaquim Zarpellon, Rua Carlito Ernesto Barby), nos dias 17 e 18, no mesmo horário. Em União da Vitória, o espetáculo será apresentado no Teatro Cineluz, no dia 25 de julho, às 19h30. A atração é gratuita e todas as sessões contam com acessibilidade em Libras.

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