ge
O clássico entre Flamengo e Botafogo começou muito antes de a bola rolar e terminou com uma vitória rubro-negra. O placar de 3 a 0 no Nilton Santos foi construído com paciência, domínio e precisão ofensiva e dá a confiança necessária às vésperas de “final” contra o Palmeiras, o principal concorrente pelo título do Campeonato Brasileiro, adversário do próximo domingo.
Esta foi a primeira partida do Flamengo após a Data Fifa e havia uma expectativa em relação ao desempenho do time, que não consegue emplacar uma boa sequência há quase um mês. Neste período, o Rubro-Negro mais sofreu do que marcou gols. Os treinos resultaram em uma escalação diferente da habitual.
Filipe Luís apostou em Luiz Araújo na direita, Samuel Lino na esquerda e Pedro mais centralizado no ataque. Arrascaeta foi o titular no meio-campo ao lado de Jorginho e de Evertton Araújo. Na lateral direita, Royal foi o escolhido. De resto, o usual: Rossi, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro.
Luiz Araújo, Pedro e Arrascaeta representam o que o Flamengo tem de melhor ofensivamente. O trio é formado pelos jogadores com mais participações em gol na temporada. Em um momento decisivo e que o ataque era questionado, a união das peças funcionou:
- Arrascaeta –19 gols e 14 assistências – 1 assistência contra o Botafogo
- Luiz Araújo – 12 gols e 8 assistências – 1 gol contra o Botafogo
- Pedro – 13 gols e 6 assistências – 1 gol e 1 assistência contra o Botafogo
Foi um jogo em que o coletivo falou muito mais alto do que o individual para que o Flamengo construísse a vitória. O primeiro tempo começou equilibrado e com o Botafogo tentando tomar as rédeas da partidas diante de sua torcida. Não conseguiu. O Rubro-Negro
tinha o maior domínio das ações do jogo, mesmo com o Alvinegro marcando em bloco baixo.
Apesar do controle, o time de Filipe Luís parecia não estar encaixado em alguns momentos e cedeu contra-ataques para uma transição rápida alvinegra. O Flamengo chegou com cabeçadas sem perigo de Samuel Lino e Luiz Araújo. Em outro lance, o camisa 7 caiu na área e pediu pênalti. Há o toque, mas o VAR entendeu que “o contato foi insignificante”.
É possível dizer que o primeiro gol do Flamengo aconteceu no momento em o Botafogo tentava desequilibrar a partida. E foi nessa hora que a qualidade individual pesou. Aos 39 minutos, Arrascaeta recebeu de costas, girou sobre a marcação, conduziu e tocou para Pedro já posicionado na entrada da área. O camisa 9 dominou e chutou no canto esquerdo.
Com a vantagem no placar, o Flamengo voltou para o segundo tempo passando a sensação de que administraria o resultado tendo a calma para ampliar. O Botafogo teve um pouco mais a posse no início da segunda etapa e, a partir disso, o Rubro-Negro aproveitou o espaço nas falhas de marcação.
Logo, o Flamengo passou a controlar a partida e ter total domínio das ações do jogo – praticamente não foi ameaçado no segundo tempo. Filipe Luís mexeu e a entrada de Cebolinha, que se machucou cerca de 20 minutos depois e deixou o gramado, mudou a partida. Foram 10 minutos até o atacante participar do lance do gol de Luiz Araújo.
A movimentação de Cebolinha agitou o lado esquerdo do Flamengo. Em um dos lances, aos 24 minutos, o atacante arrancou pelo corredor, travou a marcação, driblou e tocou para Pedro na meia-lua. O camisa 9 dominou e deu um lindo passe para Luiz Araújo, que fazia a ultrapassagem pela direita. O camisa 7 chutou cruzado para marcar o segundo gol.
O jogo se desenhou tranquilo para o Flamengo. Com a lesão de Cebolinha, Plata foi o escolhido para entrar em campo. Na primeira jogada, o equatoriano fez o 3×0. Aos 34 minutos, Carrascal – que também saiu do banco – pressionou muito bem a saída de bola, recuperou a bola de Cuiabano, avançou para a ponta e cruzou na cabeça de Plata.
O Flamengo tira lições e dá recado em sua melhor vitória em cima do Botafogo no Nilton Santos. O time de Filipe Luís soube sofrer nos momentos em que o adversário tentou equilibrar a partida, teve paciência para dominar as ações e foi efetivo nas oportunidades que criou. Vitória imponente de um time que se prepara para enfrentar o principal adversário dos últimos anos.