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Os últimos clássicos entre Vasco e Flamengo foram marcados por um domínio amplo rubro-negro. Não foi o que aconteceu neste domingo, no Maracanã, no empate em 1 a 1 entre as duas equipes. Mesmo saindo atrás no placar cedo, o Vasco não se intimidou, foi atrás do empate e poderia ter tido uma sorte maior ao longo da partida para sair do clássico com uma vitória. Méritos de Diniz, que manteve seu estilo de jogo, e dos reforços do time, que tiveram grande atuação.
Desde 2015, quando o Vasco ganhou os dois clássicos do Brasileirão contra o Flamengo, o clube de São Januário só havia terminado um Campeonato Brasileiro sem perder para o maior rival em 2018, com dois empates. O mesmo aconteceu em 2025, depois de um 0 a 0 no primeiro turno e um 1 a 1 neste domingo.
Corajoso, Vasco melhor no primeiro tempo
No entanto, esta foi a primeira vez em um bom tempo que o Vasco teve qualidade para competir contra o Flamengo. Os números de finalizações dos últimos quatro clássicos pelo Brasileirão não mentem. O jogo deste domingo foi o que o time mais finalizou e menos sofreu chutes.
- 1º turno de 2024: Vasco 1 x 6 Flamengo – 2 a 28 em finalizações
- 2º turno de 2024: Flamengo 1 x 1 Vasco – 17 a 9 em finalizações
- 1º turno de 2025: Vasco 0 x 0 Flamengo – 6 a 15 em finalizações
- 2º turno de 2025: Flamengo 1 x 1 Vasco – 13 a 10 em finalizações
A equipe vascaína, no primeiro turno, empatou graças a Léo Jardim, que teve grande atuação. É possível falar que, no segundo turno, o goleiro vascaíno foi o pior em campo. Jardim foi exigido apenas depois de erros dele mesmo em saídas de bola ou pelo alto.

Foi assim que o Flamengo abriu o placar no Maracanã. Depois de um lançamento de Allan para Carrascal, Jardim demorou demais a sair do gol e deu rebote para Cebolinha. O atacante acertou a trave, a bola continuou com o time no ataque, e Carrascal abriu o placar após rebote do goleiro em chute de Bruno Henrique.
O Vasco não se intimidou com o gol sofrido e foi para o ataque. Foram três lances em sequência que motivaram o time de Diniz. Puma acertou a trave em cabeçada após escanteio, Rayan assustou de longe, e Paulo Henrique levou perigo em arrancada pela direita. A equipe chegou ao empate em uma cabeçada de Rayan, depois de belo cruzamento de Coutinho.

O Vasco foi melhor que o Flamengo no primeiro tempo. E isso é mérito de Fernando Diniz. Enquanto o time teve fôlego, não abdicou das suas características de ter a posse de bola, trabalhar as jogadas desde trás e ser agressivo. O Vasco marcou o Flamengo em linha alta e impôs dificuldades ao adversário, que não conseguiu criar grandes chances no primeiro tempo.
Cansaço do Vasco chamou o Flamengo
Sob a ótica do Flamengo, é possível atrelar a superioridade do Vasco ao fato de que Filipe Luís optou por preservar jogadores titulares como Pedro, Samuel Lino, Arrascaeta e Léo Pereira. Mas sob o olhar do Vasco, também é possível atrelar a superioridade do Flamengo no segundo tempo ao desgaste físico e mental do time vascaíno.
O Vasco chegou ao clássico com muitos desfalques. Lucas Freitas, Lucas Piton, Jair e Tchê Tchê eram titulares do time de Diniz e não estiveram à disposição no clássico. Cuesta, Robert Renan e Barros, reforços do meio da temporada, deram conta do recado neste domingo. O colombiano foi muito bem na defesa, firme em todas as divididas, enquanto o companheiro de zaga era o protagonista na saída de bola. Já o volante foi incansável no meio de campo.
Como o Vasco se desgastou muito no primeiro tempo pressionando o Flamengo, Coutinho e Vegetti voltaram do intervalo cansados demais. Então, o time de Diniz teve dois jogadores a menos no combate na saída de bola rubro-negra, o que não aconteceu na primeira etapa. Com o rival de fôlego renovado, depois das entradas de alguns titulares, a equipe de Filipe Luís foi melhor.
Léo Jardim e Oliveira, inseguros na saída de bola, geraram os maiores sustos do segundo tempo. O goleiro errou em uma saída de bola, aos 19 minutos, que entregou nos pés de Arrascaeta. Saúl acertou um chutaço no travessão para a sorte do Vasco. O goleiro e o zagueiro se enrolaram novamente cinco minutos depois, quando houve confusão na definição em quem tiraria a bola pelo alto na pequena área. Jardim fez defesa em chute de Pedro.
Depois de 25 minutos de pressão rubro-negra, o Vasco equilibrou as forças ao sacar Vegetti e Coutinho para as entradas de David e Matheus França. O time ganhou fôlego para voltar a pressionar a saída de bola da defesa do Flamengo. O camisa 9 vascaíno, contra o seu ex-clube, levou perigo em chute de fora da área. O rival assustou em alguns lances pelo alto, com cruzamentos para Pedro, mas sem exigir nenhuma defesa de Léo Jardim.
Não tem como não passar pelo bom desempenho do Vasco sem dar destaque para as atuações de Cuesta, Barros, Hugo Moura e Rayan. Os quatro se destacaram na parte técnica, mas sobretudo na parte física. Correram o jogo inteiro e foram importantes para o time de Diniz estar ao mesmo nível de intensidade do rival.
Cuesta, Robert Renan e Barros, reforços do meio da temporada, tornam o Vasco mais inteiro fisicamente. Andrés Gómez, Matheus França e David, este de volta de lesão desde agosto, conseguem manter a força física no segundo tempo até o final. Saber se impor fisicamente e ter coragem para jogar foi o grande mérito do Vasco no clássico deste domingo, no qual o time de Diniz mereceu pontuar contra um time de investimento muito superior.