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Irati PR, 00:00, 9°C

Trabalho interdisciplinar valorizou a inclusão, o pensamento crítico e a integração entre o campo e a cidade
Reprodução

Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora de Fátima

Um projeto pedagógico criativo e engajado, realizado com os alunos do 9º ano do Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora de Fátima, no Guamirim, em Irati, está ganhando destaque pela forma como uniu educação, ciência, inclusão e participação social. A iniciativa atendeu ao tema do programa Agrinho 2025, com foco no combate às fake news, especialmente aquelas ligadas ao consumo de leite.

Tudo começou com uma dúvida levantada por uma aluna: “O leite sai puro do campo e é contaminado na cidade?” A partir desse questionamento, a professora responsável, que também atua na sala de recursos em contraturno, desenvolveu um plano de atividades voltado à formação crítica dos estudantes, incluindo dois alunos da educação especial, com foco na valorização da produção rural e na checagem de informações.

Ao longo do projeto, os alunos participaram de atividades práticas e interdisciplinares, como pesquisas, resenhas, produção de reportagens e elaboração de cartazes educativos. O grupo também contou com palestras da veterinária Marina Szychta e da nutricionista Marina Pilaski, que esclareceram mitos e verdades sobre o leite, oferecendo embasamento técnico ao conteúdo trabalhado.

Buscando ampliar os impactos da ação, foi promovido ainda um curso de derivados do leite voltado para as mães dos alunos, à merendeira da escola e a comunidade em geral. Os alunos visitaram a indústria de laticínios São Miguel e a fábrica de sorvetes Neval, no centro de Irati, onde firmaram parcerias para doações à instituição Cidade da Criança.

Como produto final, os estudantes criaram uma cartilha educativa voltada às crianças em fase de alfabetização da rede municipal e para pacientes de uma clínica especializada em terapias para autistas, Ser especial, abordando o universo do leite e o enfrentamento das fake news. Um joguinho online educativo também foi desenvolvido como recurso lúdico de apoio.

Além disso, os alunos redigiram uma carta aberta ao prefeito e apresentaram o projeto na Câmara de Vereadores, com a presença da professora, reforçando a conexão entre o campo e a cidade. Um dos pontos altos da apresentação foi a encenação inspirada em um texto de Mario Sergio Cortella, com participação especial da “vaquinha Leitícia”, mascote criada pelos próprios alunos.

Em visita ao gabinete municipal, o prefeito Emiliano Gomes foi convidado a ordenhar a Leitícia, num gesto simbólico de valorização da agricultura familiar. Posteriormente, os alunos participaram da feira do produtor na praça central, oferecendo degustações de queijos, doces e outros produtos lácteos feitos por suas próprias famílias.

Com essa rica experiência, a comunidade escolar se mobilizou para propor a inclusão do leite cru na merenda da rede estadual, valorizando o produto local e a segurança alimentar. E para finalizar, foi trazido um bezerrinho até a escola Padre Wenceslau, para que as crianças vissem a mascotinha Leitícia sair do papelão e se tornar real. O projeto destacou-se por promover o protagonismo juvenil, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais , a valorização do conhecimento científico e o fortalecimento dos laços entre escola, família e comunidade.

Fotos: Reprodução CECNSF

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