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Projeto apresentado visa agregar valor ao produto e desenvolver as cidades com o turismo e gastronomia
Implantação da Agroindústria deve fomentar o cultivo da Araucária e do pinhão na região - Foto: Jaqueline Lopes

Jaqueline Lopes

Prefeitos e secretários de Agricultura dos municípios da Associação dos Municípios do Centro-Sul do Paraná (Amcespar) estiveram em uma reunião para discutir sobre o projeto de implantação da Agroindústria do Pinhão na região. O objetivo é promover uma diversificação deste produto e agregar mais valor.
O projeto foi aprovado pelo MAPA, e a reunião, realizada na segunda-feira (24), foi para apresentar aos presentes as tecnologias da Embrapa para o pinhão. O desenvolvimento do projeto acontece há dois anos, e é através do Ministério da Agricultura, junto com os consórcios, e o Conder (Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento Regional, formado pelos 10 municípios da Amcespar) está habilitado. Agora, será assinado um acordo de cooperação junto com a Embrapa.
O pinhão foi escolhido devido ser um produto abrangente, em grande escala, em todos os 10 municípios da Amcespar, e, assim, tem a viabilidade da agroindústria na região, que vai beneficiar os municípios. “Devemos ter uma organização, e, assim, agregar valor naquele produto que hoje pode ser vendido direto para a indústria com valor maior. Essa transformação gerará benefícios a nossa região: no turismo, na cadeia de desenvolvimento alimentar e, quem sabe, introduzido na merenda escolar. É isso que a gente precisa: valorizar o que nós temos na nossa região”, comenta o presidente da Amcespar, Junior Benato.

Reunião apresentou aos prefeitos e secretários o projeto – Foto: Jaqueline Lopes

De acordo com os dados apresentados pela pesquisadora da Embrapa Florestas, Rossana Catie Bueno De Godoy, o projeto visa beneficiar, de forma direta, 300 agricultores da região, e de forma indireta, estima-se que o número chegue a 490. A pesquisa da Embrapa mostra que pode ajudar no desenvolvimento auxiliar na estruturação da cadeia produtiva do pinhão, baseada no extrativismo. E o produto traz expectativa de geração de renda e conservação ambiental, especialmente em pequenas comunidades rurais. O pinhão tem potencial para uso na alimentação de pessoas celíacas, pois não contém glúten.

“Precisamos valorizar o que temos na nossa região. A preservação conciliada com o desenvolvimento, e a agroindústria vem com o objetivo de fazer isso” -Junior Benato

Para a secretária de Agricultura de Prudentópolis, Suélly Marianne Müller, a vinda da Agroindústria será benéfica para a região, pois vai fomentar do cultivo da Araucária. “O produtor, na maioria das vezes, não tem recebido a devida atenção, porque, normalmente, são pequenos produtores, e essa cultura, com a comercialização no início, porque a gente precisa divulgar através da alimentação, e um dos focos da reunião foi essa questão, trazer cursos para que a população esteja capacitada para produzir como a farinha de pinhão até mesmo para levar o conhecimento ao turista na região”.
Suélly enfatiza que o município já tem discutido a questão da Araucária, pois há muitos faxinais e querem torná-los sustentáveis, com várias atividades dentro das comunidades como o cultivo da Araucária, da erva-mate, e apicultura. “Assim, podemos unir várias atividades para que torne uma maior fonte de renda para os agricultores dos faxinais e da agricultura familiar”, diz a secretári.

DIVERSIFICAÇÃO DO PINHÃO
O projeto tem apoio à bioeconomia proveniente do aproveitamento agroindustrial do pinhão, ecogastronomia e turismo rural na Terra dos Pinheirais, através da aquisição de equipamentos e capacitações. “Agora, a gente precisa fazer essa transformação para colocar no mercado um produto gerado do pinhão todos os meses do ano, que aí vai estar na mesa da culinária dos paranaenses e, quem sabe, dos outros estados”, comenta Junior Benato.
Um dos derivados do pinhão, desenvolvidos pela Embrapa, foi a farinha, que tem uma vida útil é de 120 dias à temperatura ambiente, permitindo tempo para a comercialização em contraste ao pinhão in natura, que é mais perecível. E o amido da farinha de pinhão possui propriedades prebióticas. “A nossa proposta é repassar a tecnologia que a Embrapa desenvolve, principalmente com a farinha, e nós temos essa tecnologia que já foi desenvolvida em escala agroindustrial”, observa a pesquisadora.
Além da farinha, a Embrapa possui um livro com 100 receitas em que se utiliza o pinhão pronto para consumo. Este é um produto que pode ser explorado na região e para fora. “É um mercado que em Santa Catarina já tem consolidado, o pinhão pronto para consumo. No Paraná vai começar agora, mas já temos a demanda do produto. Queremos que seja uma unidade de referência tecnológica e vamos estar junto durante a vigência do projeto”, destaca Rossana.

PRÓXIMO PASSO
Agora, os secretários de Agricultura vão realizar reuniões com os Conselhos Rurais, e após com os agricultores, pois eles serão os mais beneficiados com a agroindústria. Depois, serão feitas as capacitações. “Queremos que os produtores venham para o projeto, vai ter uma configuração que vamos trabalhar mais na parte técnica. O Conder, junto com os Conselhos, vai criar uma estratégia com os produtores para a operacionalização da agroindústria. Ela vai estar atrelada ao roteiro turístico, porque, junto com esse projeto, já vamos oferecer os cursos de culinária do pinhão nas rotas turísticas, e quem tiver interesse vai poder participar e vão fazer com que o pinhão expanda dentro da gastronomia”, finaliza a pesquisadora da Embrapa.

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