Por O GLOBO
O Vaticano confirmou, na quarta-feira (16), que o papa Francisco não celebrará a missa de Páscoa, realizada no próximo domingo, na Praça São Pedro. Por questões de saúde, o pontífice precisará delegar ritos tradicionais do feriado católico e da Semana Santa a cardeais.
Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa, aos 88 anos, ainda se recupera de uma pneumonia, que o manteve internado durante 40 dias. Ele designou o cardeal Angelo Comastri, vigário-geral emérito para a Cidade do Vaticano, para comandar a missa de Páscoa.
As demais celebrações da Semana Santa foram distribuídas entre membros do Vaticano. Segundo o comunicado oficial, a celebração da Missa Crismal de Quinta-feira Santa foi confiada ao cardeal italiano Domenico Calcagno, já a liturgia da Paixão de Sexta-feira Santa será conduzida pelo cardeal Claudio Gugeroti, atual prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.
A Via Sacra no Coliseu de Roma será presidida pelo cardeal Baldassare Reina, vigário para a diocese de Roma. Apesar de não estar previsto que presida a estas cerimônias, o pontífice escreveu os textos das meditações que serão lidos durante a Via Sacra.
O Vaticano não confirma oficialmente quais celebrações contarão com a presença do Papa, mantendo a possibilidade de aparições surpresa ao longo dos dias santos.
Papa no Domingo de Ramos
Durante sua breve passagem pela praça, Francisco apertou as mãos dos presentes e distribuiu doces às crianças. Do altar situado em frente à Basílica de São Pedro, ele desejou um “feliz Domingo de Ramos, feliz Semana Santa”.
Em sua oração, transmitida neste domingo pelo Vaticano, o Papa também agradeceu aos fiéis pelas orações e pediu a paz mundial, especialmente às vítimas do desabamento da boate na República Dominicana. O Santo Padre também lembrou que “o dia 15 de abril marcará o triste segundo aniversário do início do conflito no Sudão, que causou milhares de mortes e forçou milhões de famílias a fugir de suas casas”.
— Não nos esqueçamos também do Líbano, onde a trágica guerra civil começou há cinquenta anos: com a ajuda de Deus, que viva em paz e prosperidade. Que a paz finalmente chegue a países atormentados como Ucrânia, Palestina, Israel, República Democrática do Congo, Mianmar e Sudão do Sul — acrescentou.
Pneumonia grave
A grave pneumonia, diagnosticada em março, levou o Santo Padre a um longo período de internação no Hospital Gemelli, em Roma, onde permaneceu por mais de cinco semanas. Durante esse tempo, suas atividades públicas foram suspensas.
Os médicos alertaram, no entanto, que o Papa precisa de tempo para recuperar o uso pleno da voz devido aos danos provocados nos músculos respiratórios pela pneumonia bilateral, que colocou sua vida em perigo em duas ocasiões.