Realidade do descarte incorreto do lixo incomoda moradores de Irati

As reclamações envolvem o descarte de lixo em estradas e na margem de rodovias que fazem ligação da área rural e urbana

Esther Kremer e Assessoria

Nos últimos meses, a Prefeitura de Irati vem recebendo diversas denúncias de crimes ambientais relacionados ao descarte incorreto de lixo principalmente em estradas e a margem de rodovias que fazem ligação do perímetro rural com o perímetro urbano. Em um parecer recente, a Secretaria de Meio Ambiente de Irati destacou as dificuldades enfrentadas para implementar um sistema eficaz de coleta de lixo orgânico e reciclável nas localidades rurais do município, um dos motivos que agravam a situação. O documento, intitulado “Parecer Coleta de Lixo na Área Rural n° 02/2024 – SMMA”, revelou que o problema não é exclusivo de Irati, mas sim uma situação comum em diversos municípios.

Segundo o parecer, um dos principais obstáculos para a coleta de resíduos nas áreas rurais é a ausência de um mecanismo de cobrança específico para esses serviços na área rural, e também a ausência de legislação, o que inviabiliza a manutenção de um sistema de coleta regular. Ao contrário do que ocorre na área urbana, onde a coleta de resíduos é viabilizada através de uma taxa incluída na tarifa de água, conforme determinações das Leis Municipais n° 1795 e 1798/2001.

Foto: Assessoria



De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Magda Lozinski, os moradores da área rural podem realizar soluções simples e sustentáveis. “Estamos cientes das dificuldades enfrentadas pelos moradores da zona rural em relação ao descarte de lixo. Nossa equipe tem trabalhado para encontrar alternativas que possam ser implementadas de maneira eficiente e que respeitem as limitações legais e financeiras. Enquanto isso, orientamos os cidadãos a reduzirem a geração de resíduos, promoverem a separação adequada para reciclagem e adotarem práticas de compostagem, o que é simples. É fundamental que cada um faça a sua parte para minimizar os impactos ambientais,” declarou Magda.


O prefeito de Irati, Jorge Derbli, também falou sobre este problema e, segundo ele, “sempre falo para a população para que tenha consciência porque nós fizemos um grande trabalho envolvendo o lixo. Acabamos com o lixão e montamos o transbordo, o Projeto G.A.R.I, lá as pessoas separam o lixo, o orgânico e o reciclável. Mas existem algumas pessoas que não colocaram a mão na cabeça e em alguns pontos da cidade, as pessoas insistem em jogar o lixo na beira da estrada, parece que estão fazendo um favor em destruir a natureza, isso é inaceitável. Jogam o lixo à toa, sofá, roupa, jogam lixo orgânico e até o reciclável”.

“Essas pessoas precisam tomar um pouco de vergonha e cuidar do Meio Ambiente. Não adianta todo mundo falar e não fazer. Denunciem, gravem vídeo, mostrem essas pessoas. Eu peço, encarecidamente, para a população, para que levem o lixo em locais apropriados”, enfatiza Derbli.



A secretária Magda também ressaltou a importância da conscientização da população sobre o problema e a colaboração entre poder público e sociedade civil para buscar soluções viáveis. “Não podemos deixar que o lixo se acumule em beira de estrada, ou onde for, e cause danos ao meio ambiente e à saúde pública. Precisamos, juntos, construir uma solução que seja definitiva e sustentável para o nosso município,” concluiu.


A FALTA DE RESPEITO E CONSCIENTIZAÇÃO
Para além das dificuldades em sanar o problema do lixo na área rural, nos acostamentos de BR, lotes baldios entre outros. O problema é ainda pior quando percebemos que ao andar pelo Centro da cidade, a realidade não muda. Comerciantes e a população em geral descartam o lixo em qualquer espaço, não respeitando horários estabelecidos para a coleta do mesmo.

Não é apenas uma questão de respeito com o Meio Ambiente, mas é também uma questão de respeito com o próprio convívio social, visto que o lixo é um problema que incomoda a todos e que todos produzem em grande quantidade.



O parecer da Secretaria de Meio Ambiente reitera a necessidade de todos os geradores de resíduos cumprirem suas responsabilidades quanto ao descarte adequado. As diretrizes federais, como a Lei n° 12.305/2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, e a Lei n° 14.026/2020, que atualiza o marco legal do saneamento, enfatizam a obrigatoriedade do pagamento pelos serviços de coleta e destinação de resíduos, garantindo a sustentabilidade operacional e financeira desses serviços.

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