Rinite, sinusite e rinossinusite: as ‘’ites’’ do outono e inverno

Dr. Bruno L. Alencar
Otorrinolaringologista
CRM 18299 RQE 13511

O outono chegou e, logo vem o inverno por aí, trazendo dias com temperaturas mais amenas, baixa umidade do ar, maior concentração de poluentes e mudanças bruscas no clima, que favorecem a proliferação de doenças respiratórias.


Nos meses mais frios do ano temos um aumento dos casos de rinite e sinusite devido ao clima frio e seco, que atuam como fatores irritativos da mucosa nasal. O tempo seco desidrata a mucosa, desencadeando um processo inflamatório, que pode virar uma rinossinusite. Além disso, o agravamento e concentração da poluição nos grandes centros impacta diretamente na piora do quadro.


Tanto crianças como adultos estão vulneráveis a contrair alguma das ‘’ites’’ durante o outono e o inverno, entre elas a rinite e a sinusite. Embora parecidas, é importante ficar atento aos sintomas para buscar o tratamento mais adequado.


O que é a rinite?
A rinite é uma inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, e é caracterizada por alguns dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia (presença de secreção e corrimento nasal), espirros, prurido nasal e hiposmia (diminuição do olfato).


A rinite alérgica é a forma mais comum da doença, induzida por inalação de alérgeno, substância que provoca uma reação alérgica em certos indivíduos, tais como a poluição. Nestes casos, recomenda-se deixar os cômodos da casa e a roupa de cama bem limpos para evitar acúmulo de poeira, e deixar entrar sol o máximo possível, além de realizar o tratamento adequado. Há outros tipos da doença, como por exemplo, as rinites infecciosas, causadas por vírus e, menos frequentemente, por bactérias.


O que é a sinusite?
Segundo o Dr. Bruno Leonardo Alencar, a sinusite pode ser aguda ou crônica. A sinusite aguda, geralmente, decorre de um processo inflamatório iniciado no nariz, e pode durar até 12 semanas, com desaparecimento completo após o tratamento. Ao ultrapassar este período, já é considerada sinusite crônica.


A especialista acrescenta que a sinusite crônica pode apresentar um subtipo chamado de Polipose Nasossinusal. Neste caso, a mucosa nasal e dos seios da face têm predisposição para a formação de pólipos. Esses obstruem os óstios de drenagem dos seios nasais, favorecendo o acúmulo de secreções e infecção bacteriana.


A rinite e a sinusite apresentam sintomas semelhantes, porém a sinusite geralmente é uma complicação de uma crise de rinite infecciosa ou alérgica que teve um prolongado tempo de duração, ocasionando secreção espessa e purulenta, dores no rosto, muita tosse e dores de cabeça.


E o que é a rinossinusite?
Rinossinusite é todo processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais. Essa resposta inflamatória representa uma reação a um agente físico, químico ou biológico (bacteriano, fúngico ou viral), ou também pode ser decorrente de mecanismos alérgicos.


O termo rinossinusite é, atualmente, usado com consenso entre os especialistas, já que rinite e sinusite são frequentemente doenças em continuidade. Assim, podemos ter um episódio de rinite isolado ou que pode estender-se para os seios da face, caracterizando uma rinossinusite.


O que fazer?
Ao perceber alguns dos sintomas, o primeiro passo é procurar um médico otorrinolaringologista. Em casos mais graves, é recomendado buscar atendimento em um pronto-socorro o mais rápido possível. É importante também evitar lugares fechados com muitas pessoas, mofo e cheiros fortes de produtos com química e poeira. Para evitar as doenças, é necessário sempre manter a higiene das mãos e evitar o contato delas com os olhos, nariz e boca. Usar soro nasal e beber muita água para limpar diariamente o nariz, também favorece o combate desses problemas.

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